sábado, 31 de maio de 2014

Tordesilhas E Autarcas





Amigos autarcas, ponham-se a pau.

Ora vejam...

Em 1492  Cristóvão Colombo chegou à América.. D. João II invocando o Tratado de Alcáçovas reivindica para Portugal a sua pertença. Os Reis Católicos, que enviaram a expedição, reclamam para o papa. Em 1493 o papa marca uma linha divisória que passava por um meridiano situado 100 léguas a oeste do arquipélago de Cabo Verde. D. João II não aceita porque já teria conhecimento da existência do Brasil. Os Reis Católicos aceitarão depois que a linha passe num meridiano a 370 léguas para oeste de Cabo Verde e não a 100. Foi assim que D. João II lhes papou o Brasil.

Perceberam amigos autarcas?

Vejam lá bem o que é que o Coelho vos quererá papar.


quinta-feira, 1 de maio de 2014

1º Maio



O meu 1º de Maio foi o de 1974.

Foi um dia memorável de que me recordo ainda com exactidão de detalhes. 

A 22 de Abril tinha feito 11 anos, no dia 25 de Abril, soube da revolução, sem a perceber ainda, claro está, logo pela manhãzinha quando eu e os meus colegas fomos impedidos de entrar na Academia Militar, onde íamos ter aulas de Ginástica. Isto porque a minha escola, uma fileira de pavilhões pré-fabricados, não tinha um espaço para isso, embora tivesse muito espaço, bastante até, era um enorme terreiro, cheio de lama no Inverno e pó no Verão, com uma distância entre as pontas da fileira que levava o intervalo a percorrer quando o horário assim o exigia.

Poucos dias depois chegou o primeiro 1º de Maio, até lá fui-me apercebendo do que tinha significado o 25 de Abril, com muitas narrativas, como hoje se diz, fantasiosas pelo meio, mas mesmo assim fui-me dando conta das mudanças que se anunciavam.

O 1º de Maio de 1974 foi assombroso, a alegria das pessoas transbordava e varria tudo na sua frente, multidões apinhavam-se pelas ruas sem se acotovelarem e sem incómodos ou quezílias, todos de uma simpatia contagiante; até nos cruzamentos, sem semáforos ou rotundas, era divertido ver como se formavam bichas de que ninguém se queixava, porque os condutores tinham amáveis "discussões" sobre quem devia passar primeiro e todos insistiam em ceder a prioridade.

Depois vieram as primeiras eleições livres e recordo-me também das animadas excursões de famílias e grupos de vizinhos, que se dirigiam em alegres procissões aos locais de voto, mas isso fica para outra ocasião...

Hoje, como diria Salgueiro Maia, um dos verdadeiros heróis do 25 de Abril, é ver o estado a que isto chegou.

Duvido muito que venha a viver um outro dia comparável aquele 1º de Maio.

Infelizmente.