Em intenção do novel Prior do Crato e da sua caleidoscópica coerência, bem como daquela da Ordem Religiosa que o ampara e sustém, além de tributo à cultura portuguesa, deixo aqui um breve trecho do Manifesto Anti-Dantas, de Almada Negreiros.
Vá-se lá saber porquê, pareceu-me adequado ao momento.
Acrescento ainda que, numa adaptação à modernidade, o texto foi dotado de grande interactividade, pois o nome do Dantas, pode ser substituído por qualquer outro que vos dê na veneta escolher.
Pim!
Uma geração que consente deixar-se representar por um Dantas é uma geração que nunca o foi. É um coio d'indigentes, d'indignos e de cegos! É uma resma de charlatães e de vendidos, e só pode parir abaixo de zero!
Abaixo a geração!
Morra o Dantas, morra! Pim!
Uma geração com um Dantas a cavalo é um burro impotente!
Uma geração com um Dantas ao leme é uma canoa em seco!
(...)
O Dantas é um habilidoso!
O Dantas veste-se mal!
O Dantas usa ceroulas de malha!
O Dantas especula e inocula os concubinos!
O Dantas é Dantas!
O Dantas é Júlio!
Morra o Dantas, morra! Pim!
(...)
O Dantas em génio nem chega a pólvora seca e em talento é pim-pam-pum.
O Dantas nu é horroroso!
O Dantas cheira mal da boca!
Morra o Dantas, morra! Pim!
O Dantas é o escárnio da consciência!
Se o Dantas é português eu quero ser espanhol!
O Dantas é a vergonha da intelectualidade portuguesa!
O Dantas é a meta da decadência mental!
(...)
E fique sabendo o Dantas que se todos fossem como eu, haveria tais munições de manguitos que levariam dois séculos a gastar.
(...)
Morra o Dantas, morra! Pim!
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