O sexo, sobretudo por influência do pensamento judaico-cristão, adquiriu nas sociedades ocidentais uma conotação negativa, associando qualquer referência sexual ao incitamento à pornografia e à libertinagem.
Daí que, o sagrado e o sexual, sejam hoje dois temas conflituantes, pois as religiões predominantes no ocidente consideram a sexualidade como algo condenável e pecaminoso.
Porém, se recuarmos aos primórdios do cristianismo, no contexto do politeísmo romano, não encontramos qualquer associação do sexo a uma ideia de pecado. Aliás, ao contrário da concepção imaculada de Cristo, por obra e graça do divino Espírito Santo, os deuses romanos nasciam do casamento, por obra e graça do sexo entre outros deuses.
Vénus, a famosa deusa da beleza e do amor, foi casada com Vulcano, que era feio como o raio (aliás, Vulcano forjava os raios de Júpiter), mas não podendo suportar a extrema fealdade do marido, entregou-se a uma vida dissoluta e teve inúmeros amantes, deuses e mortais.
Eram outros tempos...
E outras liturgias.